A feijoada é um dos principais pratos típicos da região sudeste e também é símbolo da culinária brasileira. Tem como principais ingredientes o feijão preto, partes do porco e outros tipos de carne, além dos temperos.
Por convenção, acredita-se que a mistura teria surgido dentro das senzalas, onde os negros utilizavam esse feijão e também as partes pouco nobres do porco, pois não eram consumidas pelos senhores. Somente com o fim da escravidão, o prato tornou-se popular e começou a chegar em restaurantes por volta do século XX. Mas a história da autêntica feijoada é bem diferente.
A história original, se confunde com o passado histórico do feijão. O feijão preto utilizado na receita, tem origem sul-americana e de acordo com relatos do período colonial, os índios já se alimentavam desse tipo de feijão. Eles eram conhecidos pelos guaranis como comaná, comanda ou cumaná. Porém, o nome feijão que conhecemos hoje, é de origem portuguesa e o termo foi escrito pela primeira vez no século XIII, em Portugal. Era popularmente conhecido como feijão fradinho (bem diferente, do feijão preto). Isso mostra, que o feijão fazia parte tanto da comida dos portugueses, quanto dos indígenas e outras culturas. Somente após o século XVI outros tipos de feijão começaram a surgir na colônia como o africano e o brasileiro. Foi assim, que o feijão preto, começou a fazer parte das comidas portuguesas.
Os indígenas comiam feijão, mas sua preferência maior era pela mandioca, do qual produziam várias outras receitas. Como o feijoeiro é uma planta de fácil cultivo e custo baixo, rapidamente se espalhou pela população no período colonial. No século XIX, todos os viajantes já consideravam o feijão, como um dos elementos consumidos nacionalmente, por exemplo, em 1816, o príncipe Maximiliano de Wied-Neuwied consumiu feijão com coco no estado da Bahia e gostou do prato. Contudo, um dos retratos mais fieis do consumo do feijão no Brasil foi feito por Jean Baptiste Debret, um famoso pintor francês, que esteve à serviço da corte portuguesa entre 1816 e 1831, afirmando que a comida diária de um comerciante era um pedaço de carne seca cozido numa panela com água e feijões pretos e durante o consumo, a farinha de mandioca era adicionada ao prato.
Nas senzalas, um dos alimentos preparados era a mistura de feijão com farinha. De acordo com Câmara Cascudo, em seu livro História da Alimentação no Brasil, a verdadeira feijoada teria surgido com os portugueses, que já tinham costume de cozinhar alimentos, além de comer as partes salgadas do porco. O prato era consumido principalmente, pelas elites da época. A referência mais antigas aparecem no Diário de Pernambuco, em 7 de agosto de 1833, onde um hotel de Recife, informava que às quintas-feiras seria servido ‘feijoada à brasileira’.
Atualmente, existem diversas variações do prato de acordo com o local em que é produzido. Por exemplo, no Rio de Janeiro, a famosa feijoada carioca pode ser servida à qualquer momento, em restaurantes requintados ou em botecos, com couve, mandioca, arroz, farofa e laranja. Já no sul, é uma comida típica de inverno. Em outros locais, é servida apenas em comemorações. Pode-se fazer feijoada light ou para os vegetarianos uma feijoada à base de chuchu, lentilha, legumes, tofu e outros ingredientes.
Ingredientes
Modo de Preparo
Dicas para Fazer Feijoada
- Quem não gosta das partes do porco, depois de cozidas poderá retirar da mistura, pois cozinhar com esses elementos faz com que o sabor da feijoada seja diferente.
- No momento do cozimento das carnes, retire a gordura formada para que a feijoada fique mais saudável.
- No lugar da carne de porco pode-se substituí-las por carnes como cupim defumado, músculo, língua bovina, carne seca, paio, dentre outras opções.