O arroz naturalmente já é um prato característico do Brasil. Mas o arroz carreteiro, também conhecido como arroz-de-carreteiro, é originalmente do estado do Rio Grande do Sul. A carne adquiriu um papel muito significativo para a economia brasileira, pois sua produção não necessitava do uso de eletricidade e nem de geladeira.
É uma receita cuja origem está relacionada aos mercadores que transportavam cargas e viviam atravessando a região sul em carretas, um meio de transporte puxado por bois. Esses carreteiros comiam bastante a carne de charque, a expressão sulina mais popular, que era farta no período e também poderia ser conservada durante muito tempo, nas suas viagens.
Eles cozinhavam o charque picado numa panela de ferro com arroz. Portanto, o arroz carreteiro, surgiu da necessidade dessas pessoas de utilizar uma receita prática e rápida para adquirir mais energia, além de repô-la no organismo.
Tornou-se uma receita muito popular e bastante requisitada no estado e também em outras partes do Brasil, especialmente no Nordeste e no Centro-Oeste, onde a mistura é conhecida como Maria Isabel.
Sua disseminação aconteceu por meio de churrascarias que se espalharam pelo país, faziam rodízios e serviam esse prato típico juntamente com o churrasco. A receita tradicional desse arroz leva a carne, que deve ser colocada de molho por no mínimo 3 horas, e depois refogada na cebola e cozinhada na água com o arroz. Para decorar, pode-se acrescentar temperos como cheiro-verde ou ovos cozidos.
A diferença entre as carnes está no processo de produção, a quantidade de sal utilizado e na umidade.
A carne de charque bovina é extraída da parte dianteira e da região da ponta-de-agulha. É salgada e desidratada, ou seja, ela é desossada e cortada em pedaços largos (chamados mantas), o sal é inserido e as mantas são empilhadas em galpões e após desidratadas são lavadas para retirar um pouco do sal e secas ao sol. O nome da carne vem da palavra charqui, de origem indígena, uma língua que até hoje é falada por povos da Argentina, do Peru e outros grupos andinos. É semelhante à carne de sol, mas contém maior quantidade de sal.
A carne-de-sol, conhecida como carne-de-vento ou carne-do-sertão, é muito requisitada no nordeste, mas a sua diferença para a de charque é que a primeira é feita com toda a carcaça do boi e com pouca quantidade de sal. Ela é mais avermelhada, além de ter uma secagem mais rápida do que o charque.
Existe também a carne seca, chamada também de carne-do-ceará ou jabá, que se assemelha a carne de sol. Ela é produzida principalmente nas regiões norte e nordeste, mas o processo de desidratação é bem mais complexo e muda de cor mais intensamente do que as outras carnes e tem uma durabilidade maior. Geralmente é acrescentada na feijoada carioca.
Existem várias receitas criadas com a carne-de-sol, charque ou mesmo a carne seca que possibilita uma criação variada com arroz, abóbora, escondidinho, empada, arrumadinho, feijoada, paçoca, risoto, espaguete, sanduíche, dentre outros.
As receitas mais famosas com essas carnes são o arroz carreteiro, da região sul; carne-seca com banana, da região centro-oeste; dobradinha baiana, canjiquinha mineira, escondidinho de charque de Pernambuco; além de farofas, a tradicional feijoada, dentre outros.
Ingredientes
Modo de Preparo
Ingredientes
Modo de Preparo
Ingredientes
Modo de Preparo
Saiba Mais...
No estado do Paraná, na cidade de Candói, é realizada a Festa Nacional do Charque, em agosto, todos os anos. A festa tradicional lembra a história dos tropeiros, com shows, degustação de várias receitas com charque, tais como charque na moranga, arroz carreteiro, churrasco de charque, bolinho de charque, dentre outros. Tem também a cavalgada (onde cavaleiros andam pela região para lembrar a tradição dos colonizadores do município) e rodeios. A primeira festa ocorreu em 1998.